Fotos deste evento
Foto: Roque Medeiros |
Nas
religiões de matrizes africanas, no Candomblé especialmente, a transmissão do
conhecimento religioso ocorre através da oralidade, embora nos dias atuais
exista uma vasta produção escrita por membros integrantes da academia. O
Candomblé no Brasil surgiu através da diáspora negra, ou seja, com tráfico de
escravos negros oriundos de diversas cidades Africanas. O candomblé como
conhecemos hoje no Brasil não existe em outros países, pois devido a união de
diversos escravos de diferentes regiões numa mesma senzala criou-se
miscigenação de fundamentos dando origem ao nosso Candomblé. No Brasil uma roça
de candomblé cultua vários orixás. Na África cada região cultua um determinado
orixá, ou seja, cada região africana cultua um orixá e só inicia elegun ou
pessoa daquele orixá. Portanto, a palavra Candomblé foi uma forma de denominar
as reuniões feitas pelos escravos, para cultuar seus deuses, porque também era
comum chamar de Candomblé toda festa ou reunião de negros no Brasil. Por esse
motivo, antigos Babalorixás e Yalorixás evitavam chamar o “culto dos orixás” de
Candomblé. Eles não queriam, com isso, serem confundidos com estas festas. Mas,
com o passar do tempo a palavra Candomblé foi aceita e passou a definir um
conjunto de cultos vindo de diversas regiões africanas.
O
culto aos orixás teve origem na África e foi trazida para o Brasil pelos negros
iorubas. Seus deuses são os Orixás, apenas alguns são cultuados no nosso
país: Essú, Ògun, Osossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya,
Oba, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan. Hoje, A palavra
Candomblé possui 2 (dois) significados entre os pesquisadores: Candomblé seria
uma modificação fonética de “Candonbé”, um tipo de atabaque usado pelos
negros de Angola; ou ainda, viria de “Candonbidé”, que quer dizer “ato
de louvar, pedir por alguém ou por alguma coisa”. A palavra Candomblé define,
no Brasil, o que chamamos de culto afro-brasileiro, ou seja: “Uma Cultura
Africana em Solo Brasileiro”. A palavra Candomblé também é usada para
definir o modelo de cada tribo ou região africana, conforme alguns exemplos
seguir:
Os
grupos que falavam a língua yorubá entre eles os de Oyó, Abeokutá, Ijexá, Ebá e
Benin vieram constituir uma forma de culto denominada de Candomblé da Nação
Ketu. Ketu era uma cidade igual as demais, mas no Brasil passou a designar o
culto de Candomblé da Nação Ketu ou Alaketu.
A
palavra “Nação” entra aí não para definir uma nação política, pois Nação Jeje
não existia em termos políticos. O que é chamado de Nação Jeje é o Candomblé
formado pelos povos vindos da região do Dahomé e formado pelos povos Mahin.
Os
Candomblés da Nação Angola e Congo foram desenvolvidos no Brasil com a chegada
desses africanos vindos de Angola e Congo.
O
candomblé na África é totalmente patriarcal. No Brasil esta religião tornou-se
matriarcal com várias mães de santo na frente do conhecimento. Foram através do
pulso forte destas mães que se constituiu o candomblé brasileiro, preservando
tradições africanas. A história mostra que nas primeiras casas de candomblé no
Brasil, homens eram proibidos de entrar no xiré (roda de dança para os orixás).
Ilê
Axé Iya Nassô Oká / Terreiro da Casa Branca
No período da escravidão no Brasil, os negros formavam suas comunidades nos engenhos de cana. Na Bahia, princesas, na condição de escravas, vindas de Oyó e Keto , fundaram um centro num engenho de cana. Depois se agruparam na Barroquinha em Salvador, onde fundaram uma comunidade de Nagô , que segundo historiadores, remonta mais ou menos 300 anos de existência. Sabe-se que esta comunidade fora fundada por três negras africanas cujos nomes são: Adetá ou Iya Detá, Iya Kalá e Iya Nassô . Não se tem certeza de quem plantou o Axé , porém o Engenho Velho se chama Ilé Iya Nassô Oká . O Ilé Iya Nassô funcionava numa Roça na Barroquinha, dentro do perímetro urbano de Salvador. Os africanos que se encontravam alí, lugar deserto naquela época, porém próximo ao Palácio de sua Real Magestade tiveram receio da intervenção das autoridades no seu Culto, daí, Iya Nassô resolveu arrendar terras do Engenho Velho do Rio Vermelho de Baixo, no trecho chamado Joaquim dos Couros, lugar onde se encontra até hoje, estabelecendo aí o primeiro Terreiro de Culto Africano na Bahia.
No período da escravidão no Brasil, os negros formavam suas comunidades nos engenhos de cana. Na Bahia, princesas, na condição de escravas, vindas de Oyó e Keto , fundaram um centro num engenho de cana. Depois se agruparam na Barroquinha em Salvador, onde fundaram uma comunidade de Nagô , que segundo historiadores, remonta mais ou menos 300 anos de existência. Sabe-se que esta comunidade fora fundada por três negras africanas cujos nomes são: Adetá ou Iya Detá, Iya Kalá e Iya Nassô . Não se tem certeza de quem plantou o Axé , porém o Engenho Velho se chama Ilé Iya Nassô Oká . O Ilé Iya Nassô funcionava numa Roça na Barroquinha, dentro do perímetro urbano de Salvador. Os africanos que se encontravam alí, lugar deserto naquela época, porém próximo ao Palácio de sua Real Magestade tiveram receio da intervenção das autoridades no seu Culto, daí, Iya Nassô resolveu arrendar terras do Engenho Velho do Rio Vermelho de Baixo, no trecho chamado Joaquim dos Couros, lugar onde se encontra até hoje, estabelecendo aí o primeiro Terreiro de Culto Africano na Bahia.
Mas,
o motivo principal desta reunião era estabelecer um culto africanista no
Brasil, pois viram essas mulheres, que se alguma coisa não fosse feita aos seus
irmãos negros e descendentes, nada teriam para preservar o “culto de orixá”, já
que os negros que aqui chegavam eram batizados na Igreja Católica e obrigados a
praticarem assim a religião católica.
Este
culto, no Brasil, teria que ser similar ao culto praticado na África, em que o
principal quesito para se ingressar em seus mistérios seria a iniciação.
Enquanto na África a iniciação é feita muitas vezes em plena floresta, no
Brasil foi estabelecida uma mini-África, ou seja, a casa de culto teria todos
os orixás africanos juntos. Ao contrário da África, onde cada orixá está
ligado a uma aldeia, ou cidade; por exemplo: Xangô em Oyó, Oxum em Ijexá e
assim por diante.
Outras
casas tem referência histórica na Bahia a exemplo de: Terreiro do
Gantois e oIlê Axé Opó Afonjá, este último fundado por Mãe Eugênia
Anna dos Santos, em 1910, ambos intimamente vinculados ao Terreiro da Casa
Branca do Engenho Velho. Além destes, existem outros entre os quais, Zoogodô
Bogum Malê Rundó(Terreiro do Bogum). Bate Folha, na Mata
Escura.
VIVA
OLORUM!
Roberto
Rodrigues – Aluno do Curso de extensão de Filosofia.
0 comentários:
Postar um comentário