Artesãos expõem e vendem peças de
barro na Feira dos Caxixis, na praça principal de Nazaré das Farinhas, no
Recôncavo Baiano.
Todos os anos, na Semana Santa, uma cidade do
Recôncavo Baiano atrai turistas para uma das maiores feiras de artesanato do
país. Um vilarejo sossegado, de dois mil habitantes, conhecido como a terra do
barro. E é do barro que sai o sustento de quase todas as famílias de
Maragogipinho, no Recôncavo Baiano.
Com o pé, o artesão Almerentino Macário Souza faz o
torno funcionar. E, com as mãos, vai modelando, criando peças. Tem 80 anos o
artesão mais experiente da região.
"Eu tinha 3 anos e já acompanhava meu pai na
olaria. Aprendi com ele e passei para meus filhos", diz o artesão.
Ele conta que tem nove filhos e todos trabalham na
olaria da família. Há outras 150 no vilarejo. A produção dobra nesta época.
Animais, panelas, jarros e o que a criatividade desejar.
Essa tradição começou por acaso há 300 anos, mais
ou menos. Um artesão que morava na roça fez dezenas de peças bem miúdas e, na
Semana Santa, foi vender na cidade. Voltou para casa de mãos vazias e com o
bolso cheio de dinheiro. Nos anos seguintes foi imitado por muitos outros
artesãos.
E são as miniaturas que receberam o nome de
caxixis. Hoje, as peças são bem maiores e ocupam a principal praça da cidade de
Nazaré das Farinhas. É na feira anual que os artistas do barro expõem e vendem
a produção.
A artesã Eliana da Luz revela a peça que vende
mais: “A fofoqueira, porque tem muita gente por aí que gosta de uma
fofoca", diz.
Cofrinho em forma de porco é outra peça muito
vendida.
"O tempo é de economia. Eu só vou colocar aqui
moedas de R$ 1", diz a empresária Mirian Oliveira.
Muita gente compra para revender. Os turistas, para
levar de lembrança para casa.
"Para o município, é muito importante essa
feira, porque ela é comparada ao movimento do Natal", explica a secretária
municipal de Cultura, Jandira Barbosa.
O colorido, a criatividade. O que você imaginar em
peças de barro tem na feira dos caxixis.
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